Mancuso ficou conhecido por sua atuação como “guardião” da ordem na região de Catatumbo, na fronteira com a Venezuela, onde liderou uma invasão paramilitar que resultou em dezenas de massacres e centenas de camponeses assassinados. Sua chegada ao poder coincidiu com a descoberta de mais de dois mil corpos sepultados de forma irregular no cemitério de Cúcuta, o que levou a especulações sobre seu envolvimento em crimes graves.
Durante uma audiência virtual em 2022, Mancuso chocou o país ao revelar a existência de fossas comuns na fronteira e o uso de fornos crematórios para incinerar os corpos de membros das AUC. Suas revelações prometem desvendar as origens do paramilitarismo e seu papel na violência que assolou a Colômbia por décadas.
Apesar das acusações de envolvimento em crimes hediondos, Mancuso foi nomeado “gestor de paz” pelo presidente Gustavo Petro, em uma tentativa de integrá-lo ao processo de reconciliação nacional após os acordos de paz de 2016. No entanto, críticos políticos ligados ao ex-presidente Uribe se apressaram em deslegitimar Mancuso, chamando-o de “bandido” e “assassino desalmado”.
A história de Salvatore Mancuso é um capítulo sombrio na história da Colômbia, marcado pela violência, corrupção e impunidade. Suas revelações e sua nova posição como gestor de paz levantam questões sobre o verdadeiro papel do paramilitarismo no país e sobre a capacidade das autoridades de lidar com crimes tão brutais. A sociedade colombiana aguarda ansiosamente por mais detalhes e esclarecimentos sobre o passado de Mancuso e o impacto de suas ações no presente.
