Essa medida levanta questões importantes, principalmente relacionadas à concorrência no setor. No entanto, um dos principais obstáculos para a entrada de novos competidores é a infraestrutura necessária, como a custódia e a negociação dos ativos. A B3, ao adquirir a Cetip, empresa responsável por esses serviços, se consolidou como um player dominante no mercado.
A proposta da CVM, que teve início em dezembro com uma consulta pública, recebeu apenas três manifestações contrárias, incluindo a da própria B3 e da Núclea, empresa de tecnologia controlada por grandes bancos. A B3 argumenta que a ampliação da participação poderia gerar conflitos de interesse, já que acionistas com mais de 10% de participação teriam maior influência nas decisões da Bolsa.
A Anbima, por outro lado, apoia a medida, mas ressalta a importância de mecanismos de controle para garantir a segurança e a concorrência justa no mercado de capitais. A CVM baseia sua proposta em leis similares de outros 11 países, como Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido, onde o limite de 15% é aplicado a todas as empresas do setor.
A maior acionista individual da B3, a gestora Capital Research Global Investors, atualmente detém 10,92% de participação na Bolsa. A discussão sobre o aumento do limite de participação segue em andamento, com diferentes visões e interesses em jogo. A decisão final terá impacto não apenas na B3, mas também na dinâmica do mercado de capitais como um todo.