Repórter São Paulo – SP – Brasil

Projeto de lei nos EUA pode cercear críticas a Israel nas escolas e universidades americanas, com aprovação na Câmara dos Deputados.

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (1º) um projeto de lei que gera controvérsias ao codificar uma definição de antissemitismo que pode restringir críticas ao Estado de Israel em escolas e universidades americanas. O texto, aprovado com 320 votos a favor e 91 contrários, recebeu apoio tanto do Partido Republicano quanto de alguns democratas.

O projeto de lei adota a definição de antissemitismo proposta pela Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA) como oficial, determinando que seja utilizada pelo governo federal na aplicação de leis contra discriminação no sistema educacional dos EUA. Essa aprovação é uma reação aos protestos que têm ocorrido em diversas instituições de ensino nos EUA contra o apoio de Washington a Tel Aviv durante a guerra na Faixa de Gaza.

Desde o início do conflito, em outubro de 2023, mais de 34.500 palestinos foram mortos e cerca de 77.800 ficaram feridos nos ataques de Israel ao território. Em resposta a essa situação, estudantes de universidades americanas de elite têm organizado protestos pedindo que suas instituições parem de investir em empresas israelenses, o que tem levantado críticas de membros do Partido Republicano.

A legislação aprovada explicitamente incorpora exemplos de condutas consideradas antissemitas pela IHRA, o que tem sido criticado por especialistas por supostamente limitar críticas legítimas a Israel. A ACLU, tradicional organização de defesa dos direitos civis nos EUA, afirmou que a lei é desnecessária e pode restringir a liberdade de expressão nas universidades ao equiparar críticas a Israel com antissemitismo.

Em resumo, a aprovação desse projeto de lei nos Estados Unidos reflete um embate entre diferentes pontos de vista sobre a liberdade de expressão e críticas políticas, especialmente em relação ao conflito entre Israel e Palestina. O futuro desse projeto no Senado ainda é incerto e continuará sendo acompanhado de perto por especialistas e membros da sociedade civil.

Sair da versão mobile