Essa decisão tem gerado controvérsias e críticas por parte de especialistas e organizações internacionais. Para o especialista Türk, a lei em questão viola as obrigações do Peru sob o direito internacional e representa um retrocesso preocupante para os direitos humanos e o estado de direito no país. Ele destaca que crimes contra a humanidade e crimes de guerra são violações graves do direito internacional e não devem ser perdoados.
O Estatuto de Roma, tratado de fundação do Tribunal Penal Internacional, estabelece que crimes graves não estão sujeitos a estatutos de limitações, o que levanta questionamentos sobre a legalidade da proposta de anistia. Türk ressalta que a falta de responsabilização por esses crimes coloca em risco os direitos à verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição para milhares de vítimas no Peru.
Além disso, a lei proposta tem sido criticada por representantes políticos e membros da sociedade civil. O deputado Fernando Rospigliosi, um dos promotores da medida e integrante do partido Força Popular, criado por Keiko Fujimori, afirma que o objetivo da lei é interromper julgamentos e libertar condenados.
Diante desse cenário, a população peruana e a comunidade internacional acompanham com atenção os desdobramentos dessa decisão, que pode ter impactos significativos na busca por justiça e reparação para as vítimas de graves violações dos direitos humanos no país. A presidente Dina Boluarte encontra-se diante de um dilema ético e jurídico que coloca em xeque a sua postura conservadora e seu compromisso com a proteção dos direitos fundamentais.