Repórter São Paulo – SP – Brasil

Prefeito de São Paulo sanciona lei que permite venda de “naming rights” para equipamentos municipais em troca de pagamento.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) sancionou uma polêmica lei que permite a venda de “naming rights” para dar nomes, mediante pagamento, a equipamentos municipais de São Paulo, como escolas, hospitais, parques e centros esportivos. A sanção foi publicada no Diário Oficial de terça-feira.

Essa prática já é adotada em algumas estações do Metrô de São Paulo, como a Estação Saúde, que teve o nome acrescido com o da marca Ultrafarma, e a Estação Paulista, que recebeu o nome Pernambucanas. No Rio de Janeiro, a concessionária do metrô carioca renomeou uma de suas estações como Botafogo/Coca-Cola.

A lei sancionada por Nunes foi aprovada na Câmara Municipal a partir de projeto apresentado pelos vereadores Cris Monteiro (Novo), Fernando Holiday (PL), Rodrigo Goulart (PSD) e Rubinho Nunes (União).

Essa proposta prevê que poderão ser dados “naming rights” a eventos e equipamentos públicos municipais nas áreas de saúde, cultura, esportes, educação, assistência social, lazer e recreação, meio ambiente, mobilidade urbana e promoção de investimentos, competitividade e desenvolvimento.

A parceria com a iniciativa privada não muda o nome do equipamento –o nome da empresa é adicionado por tempo determinado, de acordo com o prazo estabelecido em contrato.

Antes da sanção, a Prefeitura de São Paulo lançou edital de concorrência para cessão onerosa de direito à nomeação de três centros esportivos da cidade. O projeto teve apoio da São Paulo Parceria e passou por consulta e audiência pública.

De acordo com a sanção publicada no Diário Oficial, a prefeitura tem o direito de determinar a proporção visual entre o nome do equipamento municipal e a marca ou produto, a forma e as condições de exposição.

Além do pagamento, a lei prevê benefícios aos bens públicos e atividades de interesse coletivo.

A vereadora Cris Monteiro, uma das autoras do projeto, defende a iniciativa, afirmando que ela trará mais dinheiro para o município e melhorará a qualidade dos serviços. Segundo ela, a ideia é que os “naming rights” rendam “milhões de reais aos cofres públicos”.

Essa medida tem gerado debates e opiniões divergentes. Enquanto alguns acreditam que essa venda de nomes pode trazer benefícios financeiros significativos para a cidade e melhorar a infraestrutura, outros questionam a ética e a preservação do patrimônio público diante desse tipo de parceria com o setor privado. A discussão promete continuar nos próximos dias, à medida que a implementação dessa lei avança.

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