Diante da situação, Netanyahu decidiu convocar o embaixador brasileiro em Israel para uma “dura conversa de repreensão”. Além disso, durante a Conferência dos Presidentes das Principais Organizações Judaicas Americanas, ele voltou a citar o comentário de Lula, afirmando que o presidente brasileiro desonrou a memória de 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas e demonizou o Estado judeu como o antissemita mais virulento.
As declarações de Lula foram responsáveis por abrir uma nova crise diplomática com o governo israelense. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, classificou as acusações de Lula como ultrajantes e abomináveis, enquanto o presidente de Israel, Isaac Herzog, condenou a “distorção imoral da história” e destacou que as forças de segurança de Tel Aviv encontraram na Faixa de Gaza um livro que elogiava a ideologia de Hitler e o Holocausto.
No Brasil, a Conib (Confederação Israelita do Brasil) e a Federação Israelita do Estado de São Paulo também se manifestaram a respeito das declarações de Lula. Ambas lamentaram a fala do presidente, condenando a comparação feita entre as ações de Israel e o Holocausto.
Enquanto tudo isso ocorria, durante sua viagem à Etiópia, Lula continuou a se posicionar sobre a situação na Faixa de Gaza. Em discurso na sessão de abertura da cúpula da União Africana, o presidente reforçou suas críticas a Israel e minimizou seu poder de influenciar a situação para que as partes estabeleçam um cessar-fogo.
Essa polêmica também repercutiu no Cairo, onde Lula se encontrou com o ditador egípcio Abdel Fattah al-Sisi e também criticou a resposta de Israel após ser atacado pelo grupo terrorista Hamas. As críticas de Lula continuam gerando tensões e descontentamento por parte do governo israelense e de organizações judaicas no Brasil. A comparação feita por Lula parece ter muitas consequências e continua a alimentar polêmicas e debates sobre a postura do Brasil em relação ao conflito entre Israel e Palestina.