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Ministério da Justiça elabora projeto de lei para institucionalizar uso de câmeras corporais pelas forças de segurança.

Ministério da Justiça propõe uso de câmeras corporais por forças de segurança

Em busca de medidas para reduzir a letalidade policial, o Ministério da Justiça elaborou um projeto de lei que busca institucionalizar o uso de câmeras corporais pelas forças de segurança do país. A proposta tem como objetivo transformar o item em parte do equipamento de proteção individual dos policiais.

A versão inicial do projeto tornava obrigatório o uso das câmeras e concedia um prazo de 18 meses para que os estados se adequassem à norma. Entretanto, a Casa Civil pediu ajustes no texto, argumentando que, para tornar o equipamento obrigatório, o governo federal deveria custeá-lo.

Diante disso, o Ministério da Justiça alterou a redação e incluiu as câmeras entre os aparatos de segurança dos policiais. A proposta ainda precisa passar pelo crivo do ministro Flávio Dino, que demonstrou interesse em deixá-la como um legado de sua gestão antes de assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal em fevereiro.

Se aprovado, o projeto de lei permitirá que as gravações das câmeras sirvam como prova para que o próprio policial se defenda de acusações. A legislação valeria para policiais militares, civis, penais, bombeiros, peritos, e também afetaria as polícias Federal e Rodoviária Federal.

Além da legislação proposta, o governo deve anunciar diretrizes para o uso de câmeras corporais no próximo mês. Uma consulta pública foi aberta para contribuições sobre a minuta da Portaria da Diretriz Nacional sobre Câmeras Corporais em Segurança Pública.

A recomendação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária foi aprovada para que as forças de segurança utilizem câmeras nos uniformes. Ainda sugeriram que os estados adotem modelos que gravem automaticamente e que armazenem dados referentes ao período de três a seis meses do trabalho do policial.

Após críticas e dúvidas sobre a efetividade do uso de câmeras para a segurança dos cidadãos, o debate foi reacendido. A proposta é vista como um avanço para o combate à letalidade policial e para a profissionalização das polícias.

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