Menina de 7 anos, vítima de racismo, corta cabelo como forma de protesto em São Paulo.

No dia 7 de agosto, uma menina de idade não divulgada foi repreendida por uma funcionária do condomínio em que reside por estar com os cabelos soltos. A mãe da criança, a faxineira Maysa Benate, relatou que sua filha estava passeando na área comum do condomínio, acompanhada pelo irmão mais velho e pelo cachorro da família, quando foi abordada pela funcionária.

De acordo com Maysa, a mulher teria dito à menina para “prender o cabelo, pois parecia uma macaca”. Ao chegar em casa, a menina contou o episódio à mãe, chorando. Maysa tentou tranquilizar a filha, explicando que ela era linda e que não deveria se importar com as palavras da funcionária, uma pessoa mais velha.

No entanto, na quarta-feira (16), a situação se repetiu. Enquanto a menina brincava no parque do condomínio, a mesma funcionária repreendeu novamente a garota, pedindo que ela prendesse o cabelo. Abalada, a filha de Maysa decidiu cortar algumas mechas do cabelo. Segundo a mãe, o cabelo sempre foi motivo de incomodo para a menina, que sofria bullying na escola por causa disso.

Indignada com a situação, Maysa questionou a funcionária do condomínio sobre as falas preconceituosas proferidas contra sua filha. A funcionária confirmou as declarações e disse que sua intenção era repreendê-la. A mãe relatou que sua filha deixou de ir para a escola, pois se sentia feia após o ocorrido, ocasionando um grande impacto em seu estado psicológico.

Diante do ocorrido, Maysa decidiu registrar um boletim de ocorrência na Central de Flagrantes. A Polícia Civil irá investigar o caso, visto que o episódio envolve possíveis crimes resultantes de discriminação ou preconceito. O UOL entrou em contato com o delegado responsável pelo caso, mas até o momento não obteve retorno.

Esse tipo de situação expõe uma realidade preocupante, em que crianças são alvo de preconceito e discriminação por conta da aparência. É fundamental combater essas atitudes e garantir um ambiente seguro e saudável para todas as crianças, independentemente de sua origem étnica ou características físicas.

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