Megadecreto anunciado na Argentina acirra polarização e gera avalanche de dúvidas sobre mudanças econômicas radicais.

Em um anúncio surpreendente nesta última quarta-feira (20), o presidente Javier Milei apresentou um “megadecreto” com mais de 300 medidas de desregulação da economia argentina. O discurso de Milei acirrou a polarização no país e gerou um grande debate sobre as mudanças propostas.

Em meio a essa situação, a população argentina se dividiu em dois grupos distintos. De um lado, há aqueles que destacam os 56% dos votos que Milei recebeu no segundo turno das eleições como um respaldo para as profundas mudanças que ele prometeu durante a campanha. Por outro lado, alguns expressaram sua insatisfação por meio de um “panelaço” que aconteceu em algumas cidades, indicando uma resistência às mudanças propostas pelo presidente ultraliberal.

As principais críticas às mudanças propostas se referem à forma como foram realizadas. Em seu décimo dia de governo, Milei declarou situação de emergência econômica por dois anos e determinou a revogação ou alteração de mais de 300 leis e normas através de um chamado Decreto de Necessidade e Urgência (DNU).

As medidas implementadas reduzem ou eliminam regulações em áreas como trabalho, indústria nacional, comércio, planos de saúde, aluguéis e internet. Além disso, abrem caminho para a privatização de estatais como a Aerolíneas Argentinas e a petroleira YPF, favorecendo empresas privadas como a Starlink.

O megadecreto causou um intenso debate e discussões sobre sua constitucionalidade e impacto. Milei enfrentará resistência no Congresso, uma vez que sua coalizão A Liberdade Avança possui uma minoria significativa em ambas as casas.

Até o momento, houve manifestações de rejeição por parte de diferentes forças políticas e sindicais, incluindo ações judiciais pedindo a anulação total do megadecreto. Centrais sindicais também cogitam a possibilidade de grandes paralisações em protesto contra as mudanças propostas.

Horas após o anúncio do megadecreto, Milei voltou a defender suas reformas em entrevista, reforçando que pretende enviar um grande pacote de leis ao Congresso nos próximos dias. Ele justificou as mudanças afirmando que, para resolver os problemas econômicos do país, é necessário desregulamentar o Estado e o mercado.

As medidas propostas pelo presidente ultraliberal têm gerado um impacto severo na vida dos argentinos, com a desvalorização da moeda oficial, o aumento de impostos e a onda de remarcações de preços, que tem afetado o poder de compra da população.

Por fim, o presidente Moura anunciou o desejo de expandir o imposto de renda, o que causou ainda mais preocupação entre a população. Milei foi eleito prometendo mudanças radicais para resolver a crise econômica e a inflação que ultrapassa os 160% ao ano na Argentina. No entanto, as opiniões da população argentina parecem se mostrar mais divididas do que nunca.

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