Justiça de São Paulo afasta em caráter provisório empresário Geraldo Rufino do comando da JR Diesel em meio a suspeitas de crimes falimentares.

Em uma decisão polêmica, a Justiça de São Paulo determinou o afastamento provisório do empresário Geraldo Rufino do comando da JR Diesel, a maior empresa de desmontagem e venda de peças de veículos da América Latina, que se encontra em recuperação judicial desde 2016. A decisão se deu após a descoberta de suspeitas de crimes falimentares envolvendo a empresa, incluindo transferências de dinheiro para empresas de familiares de Rufino e pessoas ligadas a ele.

Essa decisão, tomada em dezembro, converteu a recuperação judicial da companhia em falência, levando à nomeação de uma gestora judicial e uma administradora judicial para assumir as responsabilidades da empresa. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou um recurso da defesa do empresário, alegando que a conversão da recuperação judicial em falência não havia sido requerida por nenhum credor.

O pedido de afastamento de Rufino foi feito pela empresa de logística JSL, que faz parte do grupo Simpar, que tem capital aberto na Bolsa. Geraldo Rufino alega que a disputa com o grupo Simpar decorre de um problema pessoal envolvendo um empréstimo de R$ 2 milhões que seu filho, Guilherme Rufino, contraiu no passado e não conseguiu pagar.

Rufino afirma que, após seu filho não saldar a dívida, o grupo Simpar voltou-se contra a JR Diesel, que entrou em recuperação judicial com uma dívida de R$ 42 milhões. O grupo Simpar não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta matéria. Vale destacar que Guilherme Rufino foi nomeado como coordenador de Fomento e Formação Cultural da Secretaria de Cultura da cidade de São Paulo pela gestão do prefeito Ricardo Nunes, porém, teve sua nomeação revogada após descobertas envolvendo a Operação Fiat Lux, que investigava a clonagem de veículos do Exército.

Geraldo Rufino defende-se afirmando que ele não é alvo de investigações ou da justiça, e que as acusações contra sua empresa são fruto de “perseguição e assédio processual por parte de gigantes”. Ele argumenta que a dívida inicial da JR Diesel, que era de R$ 42 milhões, foi reduzida para R$ 18 milhões e que a companhia cresceu consideravelmente nos últimos dois anos, atingindo uma receita de R$ 54 milhões.

Além disso, ele alega que a empresa separa estritamente as informações de entrada e saída de caixa, com cada caixa possuindo comunicação individual e pasta específica para registro. De acordo com Rufino, as transferências de dinheiro para pessoas próximas a ele e empresas ligadas à família tinham relação direta com os negócios da JR Diesel.
Por fim, o empresário espera que a Justiça de São Paulo cumpra a decisão do STJ para que ele volte ao comando da empresa e afirma que a JR Diesel está financeiramente saudável o suficiente para sair do processo de recuperação judicial.

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