Justiça argentina identifica Irã como mandante de atentados em Israel e Associação Mutual Israelita: Hezbollah envolvido no crime

A Justiça argentina emitiu uma decisão histórica ao identificar o Irã como mandante dos atentados à embaixada de Israel e à Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), em 1992 e 1994, respectivamente, em Buenos Aires. Segundo os juízes Carlos Mahiques, Angela Ledesma e Diego Barroetaveña, as explosões de carros-bombas que resultaram na morte de 114 pessoas foram perpetradas pelo Hezbollah, grupo xiita libanês aliado a Teerã.

O Irã foi descrito na decisão como um “Estado terrorista” e o atentado à Amia foi qualificado como um “crime contra a humanidade”. A sentença, que também afirmou que o crime é imprescritível, abre caminho para que o Irã seja responsabilizado internacionalmente e possa ser levado a tribunais internacionais para reparar integralmente o dano causado, tanto moral quanto material.

Jorge Knoblovitz, presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas, elogiou a histórica sentença, afirmando que tanto a Argentina quanto as vítimas mereciam essa justiça. Por outro lado, o presidente argentino Javier Milei comemorou a decisão e criticou seus antecessores, acusando o governo anterior de tentar encobrir a responsabilidade do Irã.

A decisão dos juízes também revisou o caso de irregularidades e acobertamentos durante a investigação do atentado à Amia. Carlos Telleldín, primeiro detido pelo atentado, foi absolvido, enquanto outras condenações foram mantidas e algumas penas reduzidas, incluindo a do ex-juiz Juan José Galeano. O texto da sentença, que possui 711 páginas, examinou o contexto geopolítico dos atentados, destacando a mudança na política externa argentina que motivou os ataques.

Até o momento, nenhum suspeito dos ataques foi preso, e a investigação judicial foi marcada por denúncias de desvio de pistas e processos anulados. A decisão dos juízes representa um marco na busca pela verdade e justiça em relação a esses atentados que marcaram a história argentina.

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