Inflação na Argentina atinge níveis recordes em 30 anos, desvalorização do peso e novo governo geram protestos no país.

“A Argentina enfrenta o fim de 2023 com um problema persistente que assola o país há décadas: a inflação. Os dados mostram que o país acumulou uma inflação de 132,8% entre janeiro e novembro, com uma taxa interanual de 160,9%, a mais alta em 30 anos.

O aumento dos preços foi impulsionado pela desvalorização do peso, a moeda nacional, que sofreu uma queda de 50% na semana passada, logo após o novo governo de Javier Milei assumir o poder. Essa situação tem levado a aumentos significativos nos preços de produtos, como brinquedos, que tiveram reajustes entre 110% e 230% ao longo do ano.

Segundo Julián Benítez, gerente de relações institucionais da Câmara Argentina da Indústria de Brinquedos, “Alguns brinquedos nacionais aumentaram em paralelo à inflação, mas os importados passam de 200%”. Essa realidade tem impactado especialmente o bolso dos consumidores argentinos, que estão vendo seu poder de compra ser drasticamente reduzido.

Para enfrentar esse cenário de inflação desenfreada, Milei propõe medidas de corte do gasto público equivalentes a 5% do PIB. Entre as iniciativas adotadas, está a revogação ou modificação de mais de 300 leis e normas, incluindo as relacionadas aos aluguéis e a reforma trabalhista. Essas ações provocaram protestos em diversos bairros de Buenos Aires e uma manifestação em frente ao Congresso que se estendeu até a madrugada.

Uma das manifestantes, Alexandra Mazzei, expressou sua indignação afirmando: “O que está acontecendo é um avassalamento das instituições. Estão esfomeando o povo, estão usando políticas que já vivemos, que não funcionaram e o único que fazem é empobrecer a classe trabalhadora”.

Essa situação coloca a Argentina em um momento crucial, onde o governo precisa encontrar soluções eficazes para conter a inflação e garantir o bem-estar da população. Medidas econômicas e políticas precisam ser implementadas com urgência para lidar com esse desafio que tem impactado negativamente a vida dos argentinos nos últimos anos.”

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