Greve unificada em SP causa escalada retórica entre governador e sindicatos, mas adesão é menor do que em paralisações anteriores.

Nesta terça-feira (28), uma greve unificada envolvendo metroviários, ferroviários, professores, servidores da Fundação Casa e da Sabesp (Companhia de Saneamento de São Paulo) gerou uma escalada retórica entre o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o movimento sindical. A paralisação, no entanto, teve uma adesão menor em comparação com greves anteriores, resultando em um transtorno reduzido para a população.

Durante a manhã, as linhas de trem e metrô operaram parcialmente, com as companhias implantando planos de contingência. A adesão dos metroviários foi de pelo menos 88%, de acordo com informações da companhia. Já na CPTM, 70% do efetivo estava trabalhando, e na Sabesp, a adesão foi de 80%. Em comparação, a mobilização do dia 3 de outubro teve adesão total dos funcionários do Metrô, com todas as linhas públicas fechadas por 24 horas.

Apesar da greve, o governo estadual afirmou que os sistemas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos operaram regularmente na rede da Sabesp, ressaltando que a paralisação tende a afetar mais o atendimento a emergências. Até as 13h, a Secretaria de Educação ainda não havia divulgado um balanço da greve nas escolas.

O governador Tarcísio de Freitas subiu o tom contra os grevistas, afirmando que irá aplicar penalidades e garantindo que a mobilização não impedirá o governo de seguir com o plano de privatizações. A presidente do sindicato dos metroviários, Camila Lisboa, destacou que a punição individual por faltas é inconstitucional e que a entidade pretende acionar órgãos como o Ministério Público do Trabalho e a OIT (Organização Internacional do Trabalho).

O prefeito Ricardo Nunes atribuiu à greve a intenção de prejudicar a imagem de sua gestão e do governador Tarcísio de Freitas, acusando o movimento de agir sob influência do deputado federal Guilherme Boulos e do partido PSOL. Enquanto isso, os passageiros se dividiam entre apoio e críticas à greve, com opiniões diversas sobre a oposição aos planos de privatização do governo de São Paulo.

A greve não afetou as linhas privatizadas do metrô (4-amarela e 5-lilás) e de trens (8-diamante e 9-esmeralda), e às 9h, as linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha operavam parcialmente, enquanto a linha 15-prata estava parada. Na CPTM, a operação também era parcial. Em síntese, a greve unificada gerou menos transtorno do que paralisações anteriores e resultou em um maior embate retórico entre governo e movimento sindical.

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