Além disso, os efeitos indiretos da greve são igualmente preocupantes. Durante as paralisações, os trabalhadores recebem cerca de 500 dólares por semana, o que é significativamente menos do que ganhariam normalmente. Como resultado, milhões de dólares em salários são retirados da economia, o que pode afetar negativamente diversos setores.
As montadoras também enfrentam prejuízos durante greves prolongadas. Por exemplo, durante uma greve do UAW (United Auto Workers) que durou 40 dias em 2019, a General Motors (GM) teve um prejuízo de 3,6 bilhões de dólares.
Além do impacto econômico, a greve também tem repercussões políticas. Ela está testando a afirmação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de ser o presidente mais pró-sindicato da história do país. Buscando reforçar sua imagem pró-trabalhadores, Biden anunciou sua visita a Michigan, marcada para terça-feira, onde se juntará aos manifestantes e demonstrará solidariedade aos homens e mulheres da UAW.
Essa ação de Biden é vista como uma tentativa de ganhar apoio junto aos trabalhadores e reforçar sua imagem de presidente pró-trabalho sindicalizado. No entanto, seu provável concorrente na próxima eleição presidencial, Donald Trump, já havia anunciado sua visita a Michigan na quarta-feira, onde ressaltará seu apoio aos direitos dos trabalhadores sindicalizados.
A viagem de Biden um dia antes da visita de Trump foi interpretada por muitos como uma afronta, gerando críticas da campanha de Trump. Um porta-voz afirmou que se trata de uma “foto barata oportunista”.
Dessa forma, é evidente que a greve em curso pode ter um impacto considerável na economia, especialmente na indústria automotiva, e também tem implicações políticas durante a corrida à Casa Branca. O desfecho dessa greve terá efeitos a curto e longo prazo, tanto para a economia quanto para a política do país.