O chefe de economia no Brasil e estratégias para América Latina do BofA (Bank of America), David Beker, afirma que o país iniciou o ano com incertezas em relação à meta de inflação, implementação do arcabouço fiscal e medidas de receita. Entretanto, encerra o ano com o Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado. Beker ressalta que a questão fiscal ainda é um problema estrutural que preocupa os investidores, mas a equipe econômica do ministro Fernando Haddad conseguiu entregar um resultado razoável.
O Bank of America espera que o Ibovespa alcance os 145 mil pontos em 2024. Segundo o economista Paulo Gala, do banco Master, o cenário no Brasil será muito melhor com a estabilização da taxa Selic em um dígito.
Além disso, a desaceleração da inflação e da atividade econômica nos Estados Unidos levou o Federal Reserve, banco central do país, a se mostrar mais disposto a cortar juros no próximo ano, o que eleva o otimismo do mercado.
O gestor de renda variável Marcos Kawakami, do banco europeu BNP Paribas no Brasil, salienta a importância do cenário macroeconômico, de juros e inflação baixos, e de crescimento econômico para as ações das empresas listadas na Bolsa. Ele projeta que o Ibovespa alcance cerca de 149 mil pontos no próximo ano.
Os economistas acreditam que o varejo será o grande destaque da Bolsa em 2024, com o setor se beneficiando dos juros mais baixos. Eles também veem chance de uma boa performance das small caps, companhias com baixa capitalização da Bolsa, e das empresas domésticas, enquanto as empresas exportadoras podem ser afetadas pela desaceleração da atividade econômica no mundo e pela possível valorização do câmbio brasileiro.
Após mais de dois anos sem alcançar seu pico histórico, o Ibovespa apresenta otimismo com a projeção de estabilização nos juros e inflação baixa, o que pode impulsionar a recuperação econômica e a valorização das ações das empresas brasileiras listadas na Bolsa. A expectativa é de um cenário favorável para os investidores em 2024.