Erro de nomeação de Chiquinho Brazão como secretário é admitido pelo prefeito do Rio de Janeiro em declaração pública.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), fez uma declaração bombástica neste sábado (30) ao admitir que foi um erro ter nomeado o deputado federal Chiquinho Brazão como secretário em sua gestão. Essa decisão polêmica ocorreu mesmo com a suspeita de envolvimento da família Brazão na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Essa afirmação de Paes também representa um rompimento com o partido Republicanos, que indicou Chiquinho para o cargo de secretário. Na última semana, o prefeito exonerou todos os aliados do deputado, bem como o substituto indicado pelo partido, e nomeou uma pessoa de seu próprio grupo político para ocupar o cargo.

Durante a primeira viagem no corredor Transbrasil entre os terminais Deodoro e Gentileza, Paes admitiu publicamente o erro: “Foi um erro da minha parte, na constituição da aliança, a gente colocar uma pessoa que tinha sido suspeita. Eu posso aqui ter todas as desculpas do mundo, os seis anos [de investigação sem conclusão], todo mundo já tinha sido acusado de tudo, mas errei.”

Chiquinho Brazão e seu irmão, Domingos, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), foram presos sob suspeita de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle. Mesmo com as suspeitas em relação ao irmão desde 2018, Chiquinho foi nomeado em outubro, indicado pelo Republicanos como parte da aliança para a pré-candidatura de reeleição de Paes.

Após a divulgação do acordo de delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do crime, Chiquinho foi exonerado em fevereiro. O prefeito argumentou que já havia solicitado a retirada do deputado da secretaria antes mesmo das prisões, diante das suspeitas e boatos que surgiram.

Em meio a toda essa polêmica, o Republicanos indicou a nomeação do deputado federal Ricardo Abrão, do mesmo grupo político dos Brazão, para substituir Chiquinho. No entanto, após a mudança, o partido passou a articular um desembarque da aliança de Paes para apoiar o deputado federal Alexandre Ramagem na disputa, sinalizando um afastamento do prefeito.

Diante de toda essa turbulência, Paes deixou claro que no momento atual não buscará a reconciliação com o Republicanos: “A gente nesse momento entende que o Republicanos, com os quadros que dispunha aqui, não era adequado. Queremos alianças, mas as alianças têm que ter um limite.”

Essa reviravolta política no Rio de Janeiro promete gerar repercussões significativas nas próximas eleições e na configuração das alianças partidárias na cidade.

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