Por trás dessas acusações estão os chamados “Twitter Files Brasil”, que consistem em uma série de e-mails divulgados pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger na própria rede social. Esses e-mails revelam trocas de mensagens entre funcionários do antigo Twitter que relatam e reclamam de decisões judiciais que determinaram a exclusão de conteúdos relacionados à disseminação de notícias falsas.
Segundo Shellenberger, Moraes e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teriam praticado quatro ilegalidades. Entre as acusações estão a exigência para o Twitter revelar detalhes pessoais de usuários que utilizaram hashtags desaprovadas, acesso indevido aos dados internos da plataforma, censura unilateral de postagens de parlamentares brasileiros e tentativa de utilizar as políticas de moderação da rede social contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
As decisões citadas nos e-mails não são novas e estão relacionadas a investigações que envolvem ataques a ministros do STF, propagação de fake news e questionamentos sobre a integridade das eleições no Brasil. Em um dos e-mails divulgados, datado de 14 de fevereiro de 2020, é relatado que parlamentares solicitaram o conteúdo de mensagens privadas de usuários durante uma audiência no Congresso Nacional, pedido que foi negado pelo Twitter.
Em resumo, as denúncias trazidas à tona pelos “Twitter Files Brasil” lançam luz sobre questões importantes envolvendo liberdade de expressão, moderação de conteúdo e relação entre plataformas de redes sociais e autoridades judiciais. As acusações de censura e interferência política têm gerado debates acalorados e colocado em xeque a postura das instituições brasileiras em relação à internet e ao combate à desinformação. A repercussão dessas revelações promete continuar a movimentar o cenário político e midiático do país.