Eleição presidencial na Argentina pode afetar o equilíbrio político e econômico da América do Sul.

Mais de 35 milhões de eleitores argentinos estão se preparando para participar de uma das eleições presidenciais mais imprevisíveis da história do país. A Argentina está enfrentando uma das piores crises de sua história, com altos índices de inflação, aumento da pobreza e descrença generalizada na política. Em meio a esse cenário caótico, o país corre o risco de se isolar na América do Sul e flertar com a ultradireita.

A possível vitória de Javier Milei, candidato de extrema-direita com propostas controversas para salvar a economia, poderia deixar a Argentina com poucos parceiros na região. Isso é visto por alguns direitistas como uma oportunidade para retomar o protagonismo regional, já que a direita governa apenas três países sul-americanos atualmente.

O Brasil tem grande interesse nessas eleições. Um grupo de 69 deputados aliados ao presidente Jair Bolsonaro enviou uma carta em apoio a Milei, defendendo sua eleição como uma forma de renovação e esperança para a direita. O ex-presidente brasileiro também manifestou apoio ao candidato argentino, afirmando que não podemos mais ter governos de esquerda na região.

Durante as eleições primárias em agosto, Milei se destacou ao aparecer em primeiro lugar, seguido por Patricia Bullrich, do partido Juntos por el Cambio, e Sergio Massa, ministro da Economia e candidato do atual presidente Alberto Fernández. Para vencer no primeiro turno, é necessário ter mais de 45% dos votos ou 40% dos votos com uma diferença de dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado. Caso isso não ocorra, os argentinos terão que voltar às urnas no dia 19 de novembro.

A principal preocupação do eleitorado argentino é se o novo governo será capaz de superar a crise econômica. A economia é o tema central dos debates e propostas dos candidatos. A inflação está em níveis alarmantes, atingindo 138,3% ao ano em setembro, e o país está enfrentando uma desvalorização de sua moeda. A dolarização da economia, corte de gastos públicos e privatizações são algumas das propostas de Milei.

No entanto, há incertezas em relação ao impacto dessas propostas e ao futuro do país. A polarização política e a descredibilização da política institucional também são preocupações, já que isso tem levado ao aumento da violência política e dos discursos de ódio. A Argentina está em um momento crucial de sua história, e o resultado dessas eleições terá grandes repercussões não apenas para o país, mas também para a América Latina como um todo.

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