Eleição de Dilma Rousseff como Mulher Economista de 2023 gera polêmica após ciclo de queda econômica durante seu mandato.

A ex-presidente Dilma Rousseff foi eleita no último sábado (9) a Mulher Economista de 2023 pelo sistema Cofecon/Corecons, que reúne os conselhos federal e regional de economistas. Esta honraria é um marco na carreira da economista que, desde março deste ano, ocupa o cargo de presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco dos Brics, com sede em Xangai, na China.

Durante seu mandato como presidente do Brasil, de 2011 a 2016, o país enfrentou um dos ciclos mais longos de queda na atividade econômica, com o PIB retraindo em dois anos consecutivos: 3,6% em 2015 e 3,3% no ano seguinte. O Brasil enfrentou 11 trimestres de recessão, do segundo trimestre de 2014 ao quarto de 2016, resultando em uma queda acumulada de mais de 8% do PIB nesse período.

A premiação de Dilma Rousseff como Mulher Economista de 2023 foi realizada durante uma plenária secreta da Cofecon, em um formato híbrido. A homenagem será entregue em 2024, durante a posse da nova diretoria do conselho, em data a ser confirmada. Segundo o Cofecon, a premiação reconhece não apenas o mérito da economista, mas também destaca a importância das mulheres que desempenham papéis relevantes na promoção do desenvolvimento com responsabilidade social.

Dilma Rousseff é reconhecida por sua expertise no campo econômico e por seu papel fundamental na implementação de políticas que moldaram a trajetória econômica do Brasil. Ela também ocupou o cargo de ministra nos dois primeiros governos do presidente Lula, comandando os Ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil. Lula chegou a chamá-la de “mãe do PAC” (Programa de Aceleração do Crescimento).

Após o impeachment de Dilma em 2016, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região manteve, por unanimidade, a decisão de primeira instância que arquivou as ações contra a ex-presidente no caso das pedaladas fiscais, sem análise do mérito. Esta decisão foi baseada no “grande esvaziamento” da lei sobre improbidade administrativa em 2021. A ação contra a ex-presidente foi usada como base para o processo de impeachment em 2016.

Apesar dos desafios enfrentados durante seu mandato como presidente, Dilma Rousseff vem se destacando em seu novo cargo como presidente do NDB, com um salário superior a US$ 50 mil mensais. Sua atuação tem sido essencial para o fortalecimento do banco e para a promoção do desenvolvimento econômico nos países membros dos Brics.

A premiação de Dilma Rousseff como Mulher Economista de 2023 é um reconhecimento de seu legado e de sua contribuição para o campo econômico, reafirmando o compromisso do Sistema Cofecon/Corecons com a promoção da igualdade de gênero e o reconhecimento do talento feminino em todas as esferas profissionais.

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