Eduardo Cunha considera absurda e ilógica a ideia de anular o impeachment de Dilma Rousseff.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, criticou a proposta do PT de anular simbolicamente o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Em entrevista à Folha, Cunha classificou a proposta como “ridícula” e “sem lógica”. Cunha foi o responsável pela abertura do processo de impeachment de Dilma em 2015, que resultou em sua queda no ano seguinte.

De acordo com Cunha, o impeachment de Dilma não foi causado pelas chamadas “pedaladas fiscais”, que foram cometidas durante o primeiro mandato da ex-presidente. Ele afirmou que a base para o afastamento de Dilma foram os decretos orçamentários editados por ela sem a autorização do Congresso Nacional. Cunha ressaltou que falar que o impeachment ocorreu por causa das pedaladas fiscais é um discurso político e não tem relação com o impeachment propriamente dito.

O processo de impeachment de Dilma ocorreu em meio a uma crise econômica, acusações de corrupção da Operação Lava Jato, manifestações de rua pró-impeachment e perda de apoio no Legislativo. O ex-presidente da Câmara negou que tenha agido por retaliação contra Dilma e seu partido.

Cunha também questionou o uso de uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região para justificar a anulação simbólica do impeachment. Para ele, a decisão apenas impede que Dilma seja processada duas vezes pelo mesmo fato, uma vez que ela já havia sido responsabilizada pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

O presidente Lula, em entrevista recente, defendeu uma discussão sobre como reparar Dilma, que atualmente preside o banco do Brics. A proposta de anular simbolicamente o impeachment foi apresentada pela bancada do PT na Câmara, mas aliados de Arthur Lira, presidente da Casa, afirmam que o projeto não será votado.

Cunha tem participado de articulações políticas e mantém laços com o partido Republicanos. Embora não tenha sido eleito para um cargo de deputado federal em São Paulo no ano passado, ele promete voltar a disputar eleições agora que tem obtido vitórias no âmbito da Operação Lava Jato.

A entrevista de Cunha ocorreu após decisões judiciais que anularam condenações contra ele. O ex-deputado afirma que sairá do PTB e ainda não decidiu para qual partido migrará. Ele alega que a discussão judicial sobre a validade de sua candidatura afetou seu desempenho eleitoral em São Paulo.

Por fim, Cunha foi o responsável pela formação do blocão na Câmara, ampliando o desgaste de Dilma com o Congresso. Ele ressalta que o atual centrão liderado por Arthur Lira é diferente e representa uma aliança de partidos de centro que garantem governabilidade, seja para a esquerda ou para a direita. Cunha acredita que o centrão continuará crescendo, uma vez que a maioria do Congresso tem sido eleita pela população conservadora.

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