Os dados divulgados no relatório contrariaram as expectativas do mercado, apontando para um mercado de trabalho resiliente. A criação líquida de vagas fora do setor agrícola totalizou 353 mil no mês passado, e os dados de dezembro foram revisados para cima, passando de 216 mil para 333 mil. Além disso, a média salarial também apresentou aceleração, registrando um ganho de 0,6% em janeiro, em comparação com 0,4% em dezembro.
A expectativa dos economistas consultados pela agência de notícias Reuters era de um aumento de 180 mil nas vagas de emprego. Essa dissonância provocou a valorização do dólar e a queda de ativos mais arriscados. A alta do dólar está associada ao fato de que, com mais americanos empregados e recebendo salários melhores, a inflação tende a aumentar. Isso força o Banco Central dos EUA (Fed) a manter a taxa de juros elevada, indo contra as expectativas de cortes no curto prazo.
A redução das taxas de juros é importante para impulsionar a economia e a criação de empregos, uma vez que reduz o custo de capital e torna a renda fixa menos atrativa, direcionando os investimentos para a renda variável.
Na véspera, o dólar havia registrado a terceira sessão consecutiva de baixa em relação ao real, cotado a R$ 4,9150, após a queda dos rendimentos dos treasuries (títulos do tesouro americano), devido aos dados apontarem um mercado de trabalho mais fraco do que o esperado.
Os dados sugerem que o mercado de trabalho nos EUA pode estar desacelerando, abrindo espaço para a queda dos juros e impactando a relação do dólar com outras moedas, incluindo o real.
A Bolsa de Valores brasileira, por sua vez, encerrou em alta na quinta-feira, com o Ibovespa subindo 0,57%, alcançando 128.481 pontos, impulsionado pela valorização das ações da Petrobras. Os papéis preferenciais da petroleira aumentaram 2,76%, atingindo R$ 41,57 cada um, após o anúncio do recebimento de R$ 1,819 bilhão referente a valores complementares de compensação por investimentos.