Disputa bilionária entre Prefeitura de São Paulo e Sabesp pode impactar privatização da empresa

Representantes jurídicos da Prefeitura de São Paulo e da Sabesp estão enfrentando um impasse em relação a uma disputa bilionária entre as partes. Apesar de várias reuniões, não foi possível chegar a um consenso, e agora acredita-se que a questão terá que ser resolvida pela Justiça.

Diante desse cenário, os valores envolvidos deverão ser incluídos no processo de privatização da Sabesp proposto pelo governo de Tarcísio de Freitas, que planeja concluí-lo ainda em 2024. No entanto, sem uma resolução prévia, a gestão estadual terá que garantir que os diferentes cenários de desfecho da pendência judicial sejam contemplados, de modo a evitar desinteresse ou incerteza por parte dos interessados.

O tema ganhou destaque no termo de compromisso assinado pelo prefeito Ricardo Nunes e pelo governador, em agosto. No documento, eles se comprometem a fazer todos os esforços para resolver as pendências judiciais existentes, dando ênfase à ação da prefeitura que contesta a “dupla cobrança” feita pela Sabesp nas contas de água dos paulistanos.

O problema teve início com um contrato assinado em 2010 entre a Prefeitura de São Paulo, o governo do Estado e a Sabesp, no qual ficou estabelecido que 7,5% da receita bruta obtida pela empresa na capital seria destinada ao Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (FMSAI), utilizado para ações de saneamento básico.

No entanto, em 2018, a Sabesp decidiu repassar esse encargo para as tarifas cobradas da população, com autorização da Arsesp. Além disso, a empresa também busca o ressarcimento pela quantia de aproximadamente R$ 2,8 bilhões que foram repassados ao fundo municipal entre 2010 e 2018.

Diante disso, a prefeitura de São Paulo acionou a Justiça em 2021, argumentando que o encargo já estava incluído no cálculo da tarifa desde 2010 e que os paulistanos estavam sendo cobrados em dobro pela Sabesp. A prefeitura pede a suspensão da cobrança, a devolução dos valores e o pagamento de indenização aos consumidores prejudicados.

O processo está suspenso desde agosto de 2021 para negociações extrajudiciais entre a prefeitura e o governo, na tentativa de encontrar uma solução amigável. No entanto, diante do impasse, é provável que a questão seja resolvida mediante intervenção do Judiciário.

A inclusão dos valores no processo de privatização da Sabesp é vista como uma forma de garantir que a empresa seja responsabilizada por suas ações e que os interessados na privatização tenham uma visão clara da situação. Agora, resta aguardar o desenrolar dos eventos e ver como a Justiça irá se posicionar diante desse imbróglio bilionário.

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