Desigualdade de gênero na academia: pesquisadoras têm avaliações negativas ligadas à maternidade

O debate sobre a desigualdade de gênero na academia voltou à tona com uma série de casos de pesquisadoras que tiveram questões ligadas à maternidade utilizadas como justificativa para avaliações negativas de sua produção científica. Esta semana, a Folha de São Paulo trouxe à tona mais um caso, o da professora da USP de São Carlos, Cibele Russo.

Cibele Russo, uma pesquisadora de estatística, teve sua bolsa de produtividade negada pelo CNPq em dezembro, com o parecer alegando que licenças-maternidade explicariam o “pequeno número de alunos formados por ela no período avaliado”. Esta situação evidencia um quadro de dificuldade para mulheres na academia, corroborado por um levantamento do movimento Parent in Science, que mostrou que as mulheres representam apenas 35% dos bolsistas por produtividade no CNPq, um número que se mantém estável ao longo de duas décadas.

A repercussão dos casos recentes levou o CNPq a tornar obrigatória a extensão do prazo de avaliação de projetos de pesquisadoras que são mães. Para ampliar ainda mais a discussão sobre desigualdade de gênero na academia, ciência e mercado de trabalho, o Café da Manhã, programa de áudio da Folha de São Paulo, contou a história de Cibele Russo em um episódio dedicado a esse tema, com participação da jornalista Victoria Damasceno, editora da iniciativa Todas.

O programa de áudio, que é publicado no Spotify, parceiro da Folha, discutiu a importância de ampliar o debate sobre a desigualdade de gênero na academia, ciência e mercado de trabalho. O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira e traz discussões relevantes sobre temas atuais, sendo apresentado pelos jornalistas Magê Flores e Gustavo Simon, com produção de Laila Mouallem e Victor Lacombe e edição de som por Raphael Concli.

Assim, a discussão sobre a desigualdade de gênero na academia ganha cada vez mais destaque, com a necessidade de promover mudanças e garantir igualdade de oportunidades para mulheres pesquisadoras e acadêmicas. Esse debate é fundamental para o avanço da ciência e para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.

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