Cérebro feminino reage de forma distinta à insulina durante ciclo menstrual, afetando comportamento alimentar e metabolismo, aponta estudo

Um novo estudo realizado por pesquisadores de universidades alemãs sugere que o cérebro das mulheres reage de forma diferente à insulina de acordo com cada fase do ciclo menstrual. Essa descoberta tem impacto no comportamento alimentar e no metabolismo feminino.

É comum que as mulheres experimentem mudanças no comportamento alimentar durante o ciclo menstrual, como um aumento da fome ou um desejo por carboidratos. A razão por trás desse fenômeno ainda não foi cientificamente identificada, mas a pesquisa alemã mostrou que o cérebro reage de forma diferente ao hormônio insulina em cada fase menstrual, o que pode ter efeitos duradouros.

A insulina desempenha um papel crucial no controle do peso, regulando o comportamento alimentar e o metabolismo. Ela também controla os níveis de açúcar no sangue de pessoas com diabetes tipo 1. Os pesquisadores alemães acreditam que a mudança na sensibilidade à insulina durante o ciclo menstrual afeta diversos processos cognitivos e metabólicos que ainda não foram investigados de forma específica em relação a cada sexo.

Os resultados do estudo, publicado na revista Nature Metabolism, destacam a importância de incluir mulheres em ensaios clínicos e de considerar a progressão de seus ciclos menstruais. A pesquisadora Anke Hinney, da Universidade de Duisburg-Essen, ressalta que os resultados não teriam sido alcançados se apenas homens fossem estudados. Ela argumenta que a medicina de gênero deve focar em melhorar a compreensão das causas de doenças em ambos os sexos.

Na pesquisa liderada por Martin Heni, os cientistas observaram que a sensibilidade do cérebro à insulina variava durante o ciclo menstrual das participantes. Antes da ovulação, o cérebro era muito sensível à insulina, enquanto após a ovulação, ele apresentava resistência ao hormônio. Em comparação, homens com peso normal têm sensibilidade constante à insulina.

Alexandra Kautzky-Willer, da Universidade Médica de Viena, que não participou do estudo, destaca que mulheres magras se comportam como homens magros na primeira metade do ciclo menstrual, mas apresentam resistência à insulina na segunda metade, similar a homens com sobrepeso.

O estudo incluiu apenas 11 mulheres, portanto, mais pesquisas são necessárias para tirar conclusões definitivas. No entanto, é importante considerar a fase menstrual, os níveis de hormônios sexuais e a sensibilidade à insulina em estudos futuros sobre regulação de peso e metabolismo, afirma Kautzky-Willer.

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