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Câmara dos Deputados vota sobre manutenção da prisão de Chiquinho Brazão em meio a clima de revolta com ministro do STF

A Câmara dos Deputados se prepara para uma votação crucial nesta quarta-feira (10) em relação à manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). O clima no Congresso é de tensão e revolta, principalmente em relação ao posicionamento do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que ordenou a detenção do parlamentar.

A votação está prevista para acontecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pela manhã, seguida pela análise no plenário da Casa. A situação se agrava pelo fato de qualquer prisão de parlamentares no exercício do mandato precisar passar pelo crivo do Congresso Nacional.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deixou claro que a detenção de Brazão será pautada e que cada partido terá liberdade para decidir sobre o tema. O cenário é de indefinição, com alguns deputados do centrão e de direita se posicionando a favor da soltura do parlamentar, enquanto reconhecem as graves acusações que pesam sobre ele.

A discussão envolve a complexidade da situação, visto que há um embate entre fortalecer o magistrado Alexandre de Moraes e impor limites às decisões judiciais que afetam diretamente os parlamentares. Alguns argumentam que a prisão de Brazão não atende aos requisitos legais, já que teria sido baseada apenas em delações premiadas.

A possibilidade de derrubar a prisão e, em seguida, cassar o mandato do deputado como forma de mostrar firmeza contra a impunidade e as interferências do Judiciário também está em pauta. A Comissão de Ética já instaurou o processo de cassação do mandato, que será discutido no mesmo dia.

Apesar da resistência e dos debates acalorados nos bastidores, a expectativa é que a prisão seja mantida, especialmente por se tratar de uma votação aberta. As bancadas devem se reunir para discutir o tema, mas muitas não devem fechar questão, permitindo que os deputados votem de acordo com suas consciências.

O caso envolvendo Chiquinho Brazão e a morte da vereadora Marielle Franco ainda promete render muitas discussões e reflexões sobre a relação entre Legislativo e Judiciário no Brasil. O desfecho dessa votação pode ter um impacto significativo no cenário político do país.

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