Um dos prefeitos que tomou a decisão de migrar para o PT foi Evandro Leitão, que afirmou: “Faço política dessa forma, com esse grupo político já de algum tempo. Sempre fui desse projeto político, em todos os momentos, seja para resistir ao fascismo e ao bolsonarismo, seja para defender todos os momentos em que a população precisava.” Essa declaração evidencia a proximidade de Leitão com o partido e a identificação com os ideais petistas.
Durante o evento de filiação, que teve características de campanha, o deputado estadual evitou falar diretamente sobre uma candidatura, mas a indicação de que ele será um candidato é clara. No discurso, Leitão ressaltou a importância de construir uma identidade com um grupo de pessoas que tenham pensamentos convergentes, deixando no ar a possibilidade de disputar um cargo político pelo PT.
Essa mudança no cenário político cearense reflete não apenas a disputa entre PT e PDT, mas também uma disputa interna dentro do PDT entre os grupos de Ciro Gomes e do senador Cid Gomes, seu irmão. Desde que PT e PDT romperam no estado, o partido do presidente Lula tem atraído antigos aliados de Ciro Gomes, ampliando seu poder e influência na região.
A briga no PDT fica evidente com a saída de mais de 40 prefeitos do Ceará após uma reunião com Cid Gomes, alguns dos quais migraram para o PT, evidenciando as divisões dentro do partido. A destituição de Cid Gomes, então presidente estadual do PDT, e sua posterior retomada do controle local por meio de uma decisão judicial, também contribuem para a complexidade desse cenário político.
Assim, a migração de prefeitos do PDT para o PT no Ceará não apenas reflete disputas internas e rivalidades partidárias, mas também aponta para uma reconfiguração do poder político na região, com potenciais impactos nas próximas eleições e na direção das políticas públicas no estado.
