Brasileiros e palestinos autorizados a deixar Gaza finalmente conseguem sair do território sob ataque de Israel

Após dois dias de autorização para deixar a Faixa de Gaza rumo ao Egito, os 34 brasileiros e palestinos finalmente conseguiram sair do território sob ataque de Israel no domingo (12).

O grupo havia sido retido devido ao fechamento da fronteira na última sexta-feira (10) e permaneceu retido no sábado (11). Agora, eles serão atendidos por uma equipe com médico, enfermeiro e psicólogo enviada pelo Brasil em um avião VC-2, a versão operada pela Força Aérea para a Presidência do Embraer-190.

A autorização para a saída foi coordenada com Tel Aviv e sob consulta dos EUA e do Qatar, mediadores do acordo de passagem de estrangeiros. O grupo foi incluído em uma leva de quase 600 pessoas autorizadas a deixar o território.

A situação em Gaza estava ainda mais delicada devido a incidentes envolvendo ambulâncias levando feridos graves palestinos, que tinham prioridade para tratamento no Egito. Esses incidentes fecharam novamente o posto de Rafah, complicando a saída dos brasileiros.

A frustração entre os brasileiros foi grande, devido ao vaivém das chances de deixar Gaza, mas ao menos a autorização estava dada. Foram seis levas de permissões para estrangeiros até que chegasse a vez dos brasileiros, que são 24 cidadãos natos, 7 palestinos em processo de imigração e 3 parentes deles.

A demora levou a insinuações de que Israel estaria vetando o Brasil para retaliar contra a condução do país de discussões sobre a guerra no Conselho de Segurança da ONU, que presidiu em outubro.

Ao todo, cerca de 4.000 pessoas com passaporte estrangeiro ou dupla nacionalidade já tiveram a autorização para deixar Gaza desde o dia 1º, mas nem todas conseguiram sair devido à inconstância fronteiriça.

A guerra na região teve 1.200 mortos, em números revisados nesta sexta, do lado de Israel, e cerca de 11 mil em Gaza, nas contas do Hamas.

A degradação da qualidade de vida em Rafah e Khan Yunis, onde os brasileiros estavam depois de terem sido evacuado da cidade de Gaza, era grande. Faltava tudo, de água a diesel para geradores, passando por alimentos e remédios. O Itamaraty custeou a estadia e os gastos das famílias.

Antes deles, 1.410 brasileiros haviam sido retirados de Israel e 32, da Cisjordânia. Foi a maior operação de evacuação de zonas de guerra operada pela Força Aérea na história.

Agora, uma vez no Brasil, aqueles refugiados que não têm família no país poderão ficar em abrigos que o Ministério do Desenvolvimento Social já reservou, em São Paulo. Alguns parentes que não eram elegíveis ou não fizeram pedido a tempo para sair de Gaza poderão ser objeto de uma segunda leva de repatriação eventual.

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