A reviravolta de Cavallari ocorreu aos 40 anos, quando percebeu que a labuta corporativa não combinava com seu espírito aventureiro. Durante sua vida, o autor vivenciou experiências únicas, desde ser limpador de chaminés nos Estados Unidos até virar pedreiro em Israel, viajando pelo Oriente Médio e trabalhando como mensageiro de bicicleta na Alemanha.
O lançamento do “Guia de Trilhas”, que esgotou rapidamente, é um marco significativo na trajetória de Cavallari, que logo percebeu a necessidade de criar sua própria editora para sobreviver. Assim, surgiu a editora Kalapalo, da qual é o único proprietário.
Após anos escrevendo guias de aventura, o autor percebeu a necessidade de repensar sua estratégia, uma vez que o mercado editorial estava passando por mudanças significativas. Em 2012, Cavallari migrou para a literatura, lançando “Transpatagônia: Pumas não Comem Ciclistas”. Este livro foi o primeiro de uma série que combinava experiências pessoais do autor com análises profundas dos locais em que passou.
No decorrer dos anos, Cavallari lançou outros dois livros seguindo a mesma temática, que se destacaram por apresentar relatos detalhados de suas aventuras em lugares como a Escócia e a Mongólia. Recentemente, o escritor concluiu sua expedição pela Cordilheira dos Andes e está finalizando seu novo livro “Trans-Inca: Sem Ar e Sem Poncho nos Andes”.
Além disso, o autor lançará um documentário sobre a recente expedição, em paralelo ao lançamento do livro. Segundo Cavallari, o Brasil não oferece facilidades para ser um aventureiro profissional e escritor, mas ele segue firme em sua missão, recusando-se a vender seus livros pela gigante Amazon devido à falta de vantagens oferecidas pela empresa.
Atualmente, Guilherme Cavallari continua preservando seu papel como professor ao oferecer cursos de acampamento selvagem, trekking e cicloturismo, além de ter criado uma vasta gama de obras literárias disponíveis no site da editora Kalapalo.