As forças militares e de segurança acompanham movimentações dos apoiadores de Bolsonaro para o 7 de Setembro de Lula.

No próximo dia 7 de setembro, durante o desfile cívico-militar do Dia da Independência, em Brasília, está prevista a realização de protestos por parte de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Exército e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal estão monitorando essa mobilização de bolsonaristas para evitar o risco de tumultos.

Segundo relatos de militares e integrantes da Segurança à Folha, os apoiadores de Bolsonaro estão divididos entre dois grupos. Um grupo pretende comparecer ao desfile para vaiar Lula e as Forças Armadas, enquanto o outro grupo acredita que esvaziar o evento seria mais adequado, como forma de demonstrar que o petista não possui apoio popular como seu antecessor.

No entanto, até o momento, nenhuma grande liderança do bolsonarismo manifestou publicamente seu apoio ao protesto contra Lula. De acordo com a análise de momento, o risco de tumulto é considerado baixo. O monitoramento por parte das forças de segurança se intensificou após os ataques às sedes dos Poderes e as acusações de que os órgãos demoraram para perceber a gravidade dos atos antidemocráticos que ocorreram anteriormente.

As manifestações identificadas pelos militares em grupos de mensagens e redes sociais revelam que os bolsonaristas não estão insatisfeitos apenas com Lula, mas também com as Forças Armadas. Em algumas mensagens, os apoiadores do ex-presidente afirmam que é necessário demonstrar desprezo pelas Forças Armadas durante o desfile.

Enquanto alguns bolsonaristas defendem que todos usem roupas pretas e virem as costas durante o desfile, outros sugerem que o melhor protesto é simplesmente não comparecer ao evento e permanecer em casa. Para eles, essa é uma forma de demonstrar que o conceito sobre quem defende o país mudou.

A Secretaria de Segurança Pública do DF está finalizando o planejamento de segurança para o desfile, que inclui controle de acesso à Esplanada dos Ministérios e revistas nas pessoas que entrarem no local. A expectativa é de um público entre 30 a 40 mil pessoas, um número menor do que as 100 mil esperadas em 2022.

O Comando Militar do Planalto, responsável pela organização do desfile, planeja realizar dois ensaios antes do evento. Porém, até o momento, a Secom (Secretaria de Comunicação) do governo não deu detalhes sobre o desfile do Dia da Independência.

É importante ressaltar que o governo Lula pretende mudar o perfil do desfile cívico-militar, tornando-o menos político. No ano passado, o evento foi marcado pelos ataques do ex-presidente Bolsonaro aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Neste ano, não haverá espaço para discursos, apenas uma fala pública de Lula autorizando o início do desfile.

Nos últimos anos, o Dia da Independência também ficou marcado pelo temor de invasões ao STF por parte de caminhoneiros. Em 2021, dezenas de caminhões invadiram a Esplanada dos Ministérios após um discurso de Bolsonaro pregando desobediência à Justiça. Já em 2022, o Exército chegou a cadastrar caminhões para estacionar próximos ao STF, mas a ação foi proibida pelo governador Ibaneis Rocha.

Em suma, os protestos planejados por bolsonaristas durante o desfile cívico-militar do Dia da Independência estão sendo monitorados pelas autoridades de segurança. O risco de tumulto é considerado baixo, mas as medidas de controle de acesso e revistas estão sendo planejadas. Além disso, o governo Lula busca mudar o perfil do desfile, tornando-o menos politizado.

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