Leme e a repórter Ivani Migliaccio foram rapidamente ao edifício Joelma, local do incêndio, e lá presenciaram cenas chocantes e desoladoras. Corpos caíam do alto do prédio, e o caos se instaurava. Leme se viu em meio ao pânico e à tragédia, e apesar do impacto, precisou manter o controle emocional para realizar seu trabalho como jornalista.
A tragédia, que resultou na morte de 188 pessoas, foi causada por um curto-circuito num aparelho de ar-condicionado. O incêndio rapidamente se alastrou, provocando um dos maiores desastres da história da cidade de São Paulo.
Os jornalistas da Folha se reuniram embaixo do edifício para distribuir as tarefas e apurar informações. Enquanto Leme buscava relatar os momentos iniciais do incêndio, a chegada dos bombeiros e as reações dos curiosos, seus colegas trabalhavam de diferentes formas para transmitir as notícias para a Redação.
Ao retornar à Redação para escrever sobre os acontecimentos e novas apurações, Leme viu o trabalho se intensificar. A edição extra do jornal, concluída por 47 profissionais, foi adquirida rapidamente pelos leitores. No dia seguinte, uma edição histórica com 15 páginas dedicadas ao Joelma foi publicada, trazendo diferentes aspectos do ocorrido.
A escolha de uma fotografia chocante para ser estampada na primeira página do jornal gerou debate entre a cúpula da Folha, mas a chefia concluiu que a dimensão da tragédia justificava o destaque para aquela imagem, acreditando que ela serviria como um alerta para as autoridades.
A tragédia do edifício Joelma marcou para sempre a cidade de São Paulo e o jornalismo brasileiro, revelando o desafio e a importância do trabalho dos jornalistas em situações impactantes como essa.
