Viver perto de áreas verdes na meia-idade pode retardar o declínio cognitivo na velhice, aponta estudo liderado por pesquisadora dos EUA.

Um estudo recente liderado por uma pesquisadora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, traz revelações surpreendentes sobre a relação entre áreas verdes e a saúde cognitiva na terceira idade. Segundo a pesquisa, viver próximo a parques e espaços verdes durante a meia-idade, entre os 40 e os 60 anos, pode ter um impacto significativo no retardamento do declínio cognitivo na velhice.

Os resultados do estudo, publicado na revista Environmental Health Perspective, mostram que o benefício de viver próximo à natureza foi mais evidente em bairros pobres e densamente povoados, assim como entre indivíduos que possuem o gene apoe (apolipoproteína E), associado a um maior risco de desenvolver Alzheimer. Segundo a pesquisadora Marcia Pescador Jimenez, principal autora do estudo, esses resultados são especialmente importantes para os subgrupos vulneráveis da população, como portadores do gene apoe.

A pesquisa utilizou dados do Nurses’ Health Study, que acompanhou mais de 16.000 enfermeiras com 70 anos ou mais, examinando a relação entre a exposição à vegetação e a função cognitiva. Os resultados mostraram que uma maior exposição à natureza durante a meia-idade estava associada a níveis mais altos de função cognitiva e a um declínio cognitivo mais lento na velhice.

Um dos aspectos mais interessantes do estudo foi a constatação de que portadoras do gene apoe que estavam mais expostas à natureza tiveram um declínio cognitivo três vezes mais lento em comparação àquelas sem o gene. Isso aponta para a importância da preservação e criação de espaços verdes, especialmente em áreas de baixa renda, como uma estratégia para promover a saúde cognitiva na terceira idade.

O estudo também ressaltou a importância de identificar populações suscetíveis ao desenvolvimento de Alzheimer e outras demências, para implementar medidas protetoras precoces que possam retardar ou evitar o comprometimento cognitivo. Além disso, a pesquisa explorou a conexão entre a exposição à natureza, saúde mental e cognição, destacando a importância de priorizar o acesso a áreas verdes para promover não apenas a saúde física, mas também a saúde mental e cognitiva.

Em suma, os resultados deste estudo trazem novas perspectivas sobre os benefícios da natureza para a saúde cognitiva na terceira idade, indicando que a proximidade com áreas verdes durante a meia-idade pode ter um impacto significativo no retardamento do declínio cognitivo na velhice. Este é um importante passo na busca por estratégias eficazes para promover a saúde cognitiva e prevenir doenças neurodegenerativas em populações vulneráveis.

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