Viver perto de áreas verdes na meia-idade pode retardar o declínio cognitivo na velhice, aponta estudo da Universidade de Boston.

Um estudo recente conduzido por uma pesquisadora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, revelou dados importantes sobre a relação entre a proximidade de áreas verdes e o retardamento do declínio cognitivo na velhice. Os resultados, publicados na revista Environmental Health Perspective, apontam que viver perto de locais como parques e áreas arborizadas durante a meia-idade (entre os 40 e 60 anos) pode trazer benefícios significativos para a saúde mental em idades mais avançadas.

O estudo analisou principalmente a população que vive em bairros pobres e densamente povoados, além daqueles que carregam o gene apoe, associado a um aumento no risco de desenvolver Alzheimer. A pesquisadora responsável, Marcia Pescador Jimenez, enfatizou a importância dos resultados ao destacar os benefícios trazidos pela exposição à natureza, especialmente para grupos vulneráveis da população.

Para conduzir a pesquisa, os especialistas utilizaram dados do Nurses’ Health Study, que acompanha a saúde de mulheres desde 1976. O estudo focou em enfermeiras com 70 anos ou mais e avaliou sua função cognitiva por meio de testes telefônicos, relacionando esses resultados com os níveis de vegetação ao redor de suas residências.

Os dados indicaram que uma maior exposição à vegetação durante a meia-idade estava associada a uma função cognitiva mais preservada e a um declínio mais lento da cognição na velhice. Além disso, portadoras do gene apoe que viviam em áreas verdes apresentaram um declínio cognitivo três vezes mais lento do que aquelas sem o gene, o que representa um avanço significativo na pesquisa sobre demência.

Os resultados do estudo ressaltam a importância de investir na preservação e criação de espaços verdes, especialmente em regiões de baixa renda, como uma forma de promover a saúde cognitiva na terceira idade. A ligação entre natureza, saúde mental e cognição destaca a necessidade de políticas e intervenções que priorizem o contato com o ambiente natural desde a meia-idade, visando prevenir ou retardar o comprometimento cognitivo em idades avançadas.

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