O estudo analisou principalmente a população que vive em bairros pobres e densamente povoados, além daqueles que carregam o gene apoe, associado a um aumento no risco de desenvolver Alzheimer. A pesquisadora responsável, Marcia Pescador Jimenez, enfatizou a importância dos resultados ao destacar os benefícios trazidos pela exposição à natureza, especialmente para grupos vulneráveis da população.
Para conduzir a pesquisa, os especialistas utilizaram dados do Nurses’ Health Study, que acompanha a saúde de mulheres desde 1976. O estudo focou em enfermeiras com 70 anos ou mais e avaliou sua função cognitiva por meio de testes telefônicos, relacionando esses resultados com os níveis de vegetação ao redor de suas residências.
Os dados indicaram que uma maior exposição à vegetação durante a meia-idade estava associada a uma função cognitiva mais preservada e a um declínio mais lento da cognição na velhice. Além disso, portadoras do gene apoe que viviam em áreas verdes apresentaram um declínio cognitivo três vezes mais lento do que aquelas sem o gene, o que representa um avanço significativo na pesquisa sobre demência.
Os resultados do estudo ressaltam a importância de investir na preservação e criação de espaços verdes, especialmente em regiões de baixa renda, como uma forma de promover a saúde cognitiva na terceira idade. A ligação entre natureza, saúde mental e cognição destaca a necessidade de políticas e intervenções que priorizem o contato com o ambiente natural desde a meia-idade, visando prevenir ou retardar o comprometimento cognitivo em idades avançadas.