O relato de Monalisa faz parte de um levantamento feito pela Plataforma Brasileira de Direitos Humanos (Dhesca), que investigou a situação das adolescentes em unidades de internação pelo Brasil. A relatora nacional de direitos humanos da Dhesca, Isadora Salomão, afirmou que o sistema socioeducativo brasileiro funciona como miniprisões disfarçadas, prejudicando a ressocialização das meninas e violando seus direitos.
Durante as visitas realizadas em unidades socioeducativas em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, os pesquisadores constataram uma série de violações de direitos, incluindo a falta de estrutura adequada, condições precárias de saúde, e discriminação com base em identidade e cultura. O relatório classificou essas violações em três eixos: estruturais, saúde e identidade/cultura.
A disposição geográfica das unidades também foi apontada como um problema, já que muitas adolescentes ficam distantes de suas famílias, dificultando visitas e o suporte necessário. Além disso, a manutenção de mães internas juntamente com seus filhos dentro das unidades também foi questionada no relatório.
Representantes de diversas entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil e a Defensoria Pública, criticaram a rigidez do tratamento dado às meninas nas unidades de internação e apontaram a necessidade de investimento na ressocialização e autonomia dos menores infratores. O relatório da Dhesca é visto como uma ferramenta importante para conscientizar a sociedade sobre a realidade das adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e incentivar a luta pelos direitos humanos. A esperança é que, com a divulgação dessas informações, o sistema socioeducativo possa passar por melhorias e garantir um ambiente mais digno e respeitoso para as adolescentes vulneráveis.






