Neste sábado (18), é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, data que marca a memória do trágico assassinato da menina Araceli Cabrera Sánchez Crespo, há mais de cinco décadas em Vitória (ES). O caso emblemático, conhecido como “Caso Araceli”, continua impune e serve como um alerta para a persistência desse tipo de violência no país.
Os dados disponíveis no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e no Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam um cenário alarmante, com um aumento de 7% no número de casos de estupro de meninas e meninos no último ano. Estima-se que apenas 8,5% dos estupros no Brasil sejam registrados oficialmente, o que sugere a ocorrência de um número muito maior de casos não denunciados.
Segundo especialistas, as vítimas de abuso sexual, em sua maioria, são crianças e adolescentes com pouca capacidade de consentimento, e os crimes geralmente são cometidos por familiares ou conhecidos, dentro do ambiente doméstico. A falta de provas materiais e o tabu em torno do assunto contribuem para a subnotificação desses casos e para a impunidade dos agressores.
Para enfrentar essa realidade, é necessário promover uma mudança cultural significativa e ampliar as políticas públicas de prevenção e proteção às vítimas. O diálogo aberto, a educação e o fortalecimento da rede de proteção são fundamentais para garantir a segurança e o bem-estar das crianças e adolescentes no Brasil. Casos como o de Araceli devem servir de alerta e incentivar a sociedade a combater ativamente a violência sexual contra os mais vulneráveis.