Enquanto os estudantes cantavam palavras de ordem como “Não deixaremos que o sangue de nossos irmãos seja em vão”, a polícia agiu de maneira truculenta, disparando gás lacrimogêneo, balas de borracha e lançando granadas sonoras contra os manifestantes. O coordenador dos protestos, Nahid Islam, relatou a violência sofrida pelos estudantes, que marchavam carregando caixões em solidariedade aos mortos.
A revolta dos estudantes se dá em um contexto de altas taxas de desemprego entre os jovens de Bangladesh, que enfrentam escassez de oportunidades de trabalho e educação. A recusa da primeira-ministra Sheikh Hasina em atender às demandas dos manifestantes tem incitado ainda mais os protestos. Sheikh Hasina rotulou aqueles que se opõem às cotas como “razakar”, termo pejorativo usado para identificar colaboradores do Exército paquistanês durante a guerra de 1971.
A escalada da violência atingiu seu pico esta semana, com confrontos entre manifestantes contrários às cotas e membros da ala estudantil do partido governista Liga Awami por todo o país. A polícia confirmou a morte de seis pessoas, incluindo pelo menos três estudantes, durante os confrontos na terça-feira.
Os protestos ganham força a cada dia e a comunidade internacional acompanha com preocupação o desenrolar dos eventos na Universidade de Daca. A pressão sobre o governo de Sheikh Hasina aumenta à medida que a violência cresce e o clamor dos estudantes por justiça se torna mais intenso.
