Uso de droga mais potente que fentanil se espalha pela Europa e América do Norte, alerta agência da ONU

Um alerta recente da ONU aponta para a disseminação do uso de nitazeno, uma classe de drogas mais potentes que o fentanil, em diversos países da Europa e da América do Norte. O Escritório das Nações Unidas para o Combate às Drogas e ao Crime (UNODC) identificou a presença desses opioides sintéticos no Reino Unido, nos EUA, na Eslovênia, na Estônia, na Letônia, na Bélgica e no Canadá, com um aumento preocupante no número de overdoses fatais relacionadas a essas substâncias.

A proibição do cultivo de papoula no Afeganistão, que resultou em uma redução de 95% na produção de ópio em 2022, abriu espaço para o surgimento do nitazeno no mercado mundial de drogas. Esses opioides, mais potentes que a heroína, têm gerado grandes alertas por parte das autoridades de saúde devido ao risco aumentado de overdoses. A migração dos consumidores de heroína para outras substâncias, como o nitazeno, pode levar a um aumento ainda maior nos casos de overdose, conforme apontado pelo relatório do UNODC.

No Reino Unido, o nitazeno foi classificado como uma droga de classe A, e a fabricação ou fornecimento ilegal da substância pode resultar em prisão perpétua. Apesar das medidas de repressão, a disponibilidade do nitazeno nas ruas ainda preocupa os especialistas, que destacam a necessidade de ações mais efetivas por parte do governo.

Além do nitazeno, o fentanil, outro opioide sintético, também tem contribuído para um aumento no número de mortes por overdose, especialmente nos EUA. A epidemia de fentanil no país resultou em 100 mil mortes em 2022, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

O relatório do UNODC revela que o uso global de drogas aumentou 20% na última década, totalizando 292 milhões de usuários em 2022. A maconha continua sendo a droga mais popular, seguida pelos opioides, as anfetaminas, a cocaína e o ecstasy. Os nitazenos, desenvolvidos inicialmente como analgésicos na década de 1950, apresentam alto potencial de vício e risco de overdose, alertando para a necessidade de ações preventivas e de controle mais eficazes nesse cenário preocupante.

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