Urbanismo segregador: arquitetos projetam bairros em bolhas antipovo com ruas sinuosas e muros mentais na mira do meio ambiente.

O renomado arquiteto, conhecido por seus projetos urbanos em diversas regiões do Brasil, tem sido alvo de críticas por parte de especialistas e da população em geral. Isso porque, ao analisar suas obras, nota-se a ausência de autocrítica e de revisão de um urbanismo segregador e excessivamente dependente do carro.

Ao observar as imagens dos empreendimentos criados por ele, é evidente o uso frequente do termo “controle de acesso”. Além disso, chama a atenção a quantidade de ruas sem saída, curvas e “cul de sac”, que são ruas projetadas com balão de retorno. Essas características refletem um planejamento voltado para a exclusão e a segregação, evitando ao máximo que pessoas de fora adentrem o local.

Outro ponto problemático é a presença de cinturões de arbustos que isolam os limites do empreendimento, desencorajando o trânsito de pedestres e criando uma barreira invisível para quem não reside no local. O resultado são bairros que desencorajam o uso de transporte público, incentivando o uso de veículos individuais e, consequentemente, aumentando a emissão de CO2 e o impacto ambiental.

Estudos recentes apontam que a emissão de gases de efeito estufa nesses bairros é quatro vezes maior do que em áreas urbanas mais densas. Além disso, o desperdício de recursos naturais, como água, e a sobrecarga dos serviços públicos são consequências diretas desse modelo de urbanização.

Dessa forma, a população que reside nesses locais acaba sendo beneficiada às custas dos pagadores de impostos que não desfrutam dos mesmos privilégios. O transporte público para trabalhadores como empregadas, babás e faxineiras torna-se mais oneroso, evidenciando a desigualdade e a falta de inclusão presente nesses projetos.

Diante disso, é fundamental repensar o modelo de urbanismo vigente e buscar alternativas mais sustentáveis e inclusivas, que promovam a integração social e a preservação do meio ambiente. Afinal, a cidade deve ser um espaço de convivência e prosperidade para todos os seus habitantes, sem excluir ou prejudicar determinados grupos em prol de interesses individuais.

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