Universidade de Brasília pretende homenagear estudante expulso pela ditadura militar com diploma póstumo: Uma história de justiça e reparação.

Em 1965, a Universidade de Brasília (UnB) recebia um novo aluno que logo se destacaria: Honestino Guimarães, do curso de geologia. Com apenas 18 anos de idade, o jovem chamava a atenção por sua aparência marcante, com cabelos loiros, óculos de lentes grossas e olhos verdes. Além disso, Honestino conquistou seu lugar na universidade ao ingressar em primeiro lugar geral de toda a instituição, demonstrando desde cedo sua inteligência e dedicação aos estudos.

No entanto, o brilho de Honestino não se limitava ao ambiente acadêmico. Ele também se destacava por seu engajamento político e sua luta contra as injustiças decorrentes do golpe militar que havia ocorrido no ano anterior. Mesmo sem recorrer à violência, os protestos e manifestações liderados por Honestino foram considerados subversivos pelas autoridades da época, levando à sua prisão e posterior expulsão da universidade.

Quase 50 anos depois de sua morte, Honestino é reconhecido como um símbolo de resistência e luta pelos direitos humanos. A UnB planeja reverter a decisão de expulsão do estudante e entregar, de forma póstuma, o diploma de geólogo que ele tanto almejava. Essa iniciativa, que deve ocorrer no dia 21 de abril, data do aniversário da universidade e de Brasília, é vista como um ato de justiça e reparação pela atual reitora Márcia Abrahão.

Amigos e familiares de Honestino também consideram a homenagem uma forma de reparar os danos causados pela perseguição política que ele sofreu durante a ditadura militar. Para eles, o reconhecimento do brilhantismo acadêmico e o engajamento político de Honestino são fundamentais para preservar sua memória e seu legado de luta pela democracia e pelos direitos humanos.

A história de Honestino Guimarães continua a emocionar e inspirar gerações, demonstrando a importância de lembrar e honrar aqueles que lutaram por um Brasil mais justo e democrático. Com a entrega do diploma e a realização de homenagens, a UnB espera manter viva a memória de um aluno exemplar que dedicou sua vida a defender seus ideais e a lutar pela liberdade e pela justiça.

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