Disponível para assinatura na plataforma Change.org, a petição enfatiza a importância da ciclopassarela para a cidade, lembra o longo histórico de luta cicloativista em defesa do projeto e relaciona o significado social da estrutura ao legado da jornalista.
“Após décadas de espera, ciclistas e pedestres devem em breve ver iniciadas as obras de uma ponte exclusiva para cruzar o rio e a Marginal Pinheiros […] Além de finalmente conectar parte dos bairros Pinheiros, Butantã e a ciclovia da Marginal Pinheiros, a ciclopassarela permitirá o deslocamento rápido, barato, limpo e seguro para milhares de cidadãos que residem na periferia e trabalham no centro expandido […] Nada mais justo, portanto, que a obra ganhe o nome da saudosa jornalista Erika Sallum”, introduz a carta.
O texto lembra também que a construção da ciclopassarela passou a ser exigida por uma lei municipal em 1995, e mesmo assim sua demanda foi ignorada por diversos prefeitos e vereadores: “o projeto se arrastou por 9 gestões municipais, tempo que a cidade viu sua população saltar de 9 milhões de habitantes para quase 12 milhões”.
Recuperado no início da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), o projeto da ciclopassarela mudou de nome em 7 de dezembro de 2021 para reforçar a necessidade de se homenagear o legado de Sallum, que até seus últimos dias de luta contra o câncer manteve firme seus esforços em defesa dos direitos humanos e do uso da bicicleta como ferramenta de inclusão social e de disseminação cultural na cidade de São Paulo.
Após decisão unânime, tomada por representantes da prefeitura e da sociedade civil, o nome “Projeto Ciclopassarela Jornalista Erika Sallum” passou a ser usado nas publicações do Diário Oficial. A decisão, contudo, não garante a denominação da futura obra com o nome da jornalista. Para tanto é imprescindível a promulgação de uma lei.
Na Câmara Municipal, a elaboração de um projeto de lei para dar o nome da jornalista à obra já tem apoio das vereadoras Luna Zarattini (PT), Silvia Ferraro (Bancada Feminista do PSOL), e dos vereadores Ricardo Teixeira (União) e George Hato (MDB), o que, na visão dos cicloativistas responsáveis pela campanha, consolida o significado pluripartidário da iniciativa.
“Para além de uma homenagem à vida e à obra dessa jornalista, que focou seu trabalho na inclusão social pelo esporte e pela mobilidade, é uma importante forma de fincar vínculos em espaços numa cidade que ainda hoje se esquece que o mais importante nas ruas são as pessoas, e não os carros”, disse a cicloativista e vereadora suplente Renata Falzoni (PSB), uma das idealizadoras da petição junto aos coletivos Bike Zona Oeste, Bike Zona Sul, Bike Zona Norte, Bike Zona Leste e Ciclocentro_SP.
Segundo a SPobras (empresa municipal que executa projetos da prefeitura), a licitação para contratação das obras de implantação da ciclopassarela “foi homologada em 26 de julho e teve como vencedora a empresa Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia, com valor de R$ 41,9 milhões. Estão em andamento as tratativas para assinatura do contrato. O prazo previsto para execução dos serviços é de 12 meses após a emissão da ordem de serviço”.
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