Os juízes Pablo Bertuzzi, Leopoldo Bruglia e Mariano Llorens ordenaram a execução imediata dos mandados de prisão de Maduro e Cabello, solicitando também sua prisão internacional via Interpol para fins de extradição para a República Argentina.
De acordo com a resolução do tribunal, foi comprovado que existe na Venezuela um plano sistemático de repressão, desaparecimento forçado de pessoas, tortura, homicídios e perseguição contra uma parte da população civil, que está em vigor desde pelo menos o ano de 2014.
A ordem de prisão emitida na Argentina ocorre horas após a Suprema Corte da Venezuela emitir um mandado de prisão contra o presidente argentino, Javier Milei. Essa situação intensifica as tensões entre os dois países, que já vinham se intensificando desde que Milei assumiu o poder em dezembro, resultando em uma ruptura nas relações diplomáticas.
O caso contra Maduro e Cabello foi levado aos tribunais argentinos pelo Fórum Argentino pela Democracia na Região no início de 2023, amparado pela jurisprudência argentina em direitos humanos e pelo princípio da jurisdição universal que permite a ação contra crimes contra a humanidade, mesmo que cometidos fora das fronteiras do país.
Segundo os demandantes, o plano sistemático de repressão na Venezuela está em vigor desde 2014, envolvendo desaparecimento forçado de pessoas, tortura, homicídios e perseguição contra dissidentes. A controvérsia entre os dois países é alimentada pela detenção em território argentino e entrega aos Estados Unidos de um avião de carga envolvido em questões relacionadas a empresas iranianas e venezuelanas.