A motivação do assassinato foi revelada em depoimento à polícia, porém o secretário de Segurança Pública do Estado, Marcelo Werner, preferiu não compartilhar a informação para não prejudicar as investigações em andamento. Segundo ele, outras linhas de investigação estão sendo seguidas e ainda está sendo procurado outro executor.
Os três suspeitos fazem parte de um grupo criminoso que atua na região do quilombo. Apenas o homem que confessou o crime possui passagem pela polícia. Ele foi preso em outra cidade, a cerca de 69 quilômetros do quilombo, enquanto os outros dois foram presos em Pitanga dos Palmares.
A líder quilombola Bernadete Pacífico fazia parte do Programa de Proteção a Defensores Humanos da Bahia desde 2017. O local onde ocorreu o assassinato era monitorado por câmeras, as quais foram retiradas pela Polícia Civil para perícia. Bernadete constantemente recebia ameaças de grileiros e madeireiros que atuavam ilegalmente na região.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, já havia anunciado anteriormente que os acusados possuem ligação com facções criminosas. Ele mencionou a briga por território e a intolerância religiosa como possíveis motivações para o crime, mas destacou a disputa de criminosos no território tradicional do quilombo.
A família de Bernadete Pacífico cobra a identificação dos mandantes do crime, além dos executores. O advogado da família afirma que a instalação de um presídio no local foi o início de todo o problema enfrentado pelas famílias de Pitanga dos Palmares.
A investigação do assassinato de Bernadete e de seu filho Flávio Gabriel Pacífico é acompanhada pelo Observatório das Causas de Grande Repercussão, formado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Até o momento, o governo da Bahia não se manifestou sobre o caso.






