O repasse inicialmente aprovado pelo BNDES ao Tesouro Nacional foi de R$ 15 bilhões em dividendos referentes ao exercício anterior. No entanto, as estimativas do banco apontam para um valor ainda maior, podendo chegar a R$ 24,5 bilhões. Esse montante inclui não apenas o pagamento de dividendos, mas também o recolhimento de impostos e a antecipação de parcelas previstas em acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU) para quitar uma dívida referente a aportes feitos entre 2008 e 2014.
Mercadante ressaltou a importância desse repasse para contribuir com a meta de superávit primário estabelecida pelo Ministério da Fazenda e garantir o equilíbrio das contas públicas. Ele afirmou que o BNDES está empenhado em colaborar com esse esforço, mesmo herdando uma situação financeira deteriorada do governo anterior, que praticou um populismo fiscal durante as eleições de 2022.
Durante a apresentação do balanço financeiro do segundo trimestre de 2024, o BNDES registrou um lucro contábil de R$ 8,1 bilhões. Mercadante destacou que, apesar de ser um banco de desenvolvimento com um quadro reduzido de funcionários em comparação com bancos comerciais, o resultado obtido posicionou o BNDES como o terceiro do Brasil, ficando atrás apenas do Itaú e do Banco do Brasil.
Além disso, Mercadante mencionou a importância da criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD) para diversificar as operações do banco e impulsionar a concessão de crédito à indústria nacional. Essa iniciativa, aprovada pelo Congresso Nacional, permitirá gerar recursos para financiar projetos estratégicos e contribuir para o crescimento econômico do país.
O presidente do BNDES também ressaltou a necessidade de encontrar uma solução para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que enfrenta desafios financeiros e corre o risco de gerar impactos a partir de 2026. Mercadante alertou sobre a importância de estabelecer um financiamento sólido e sustentável para a Previdência, a fim de evitar crises futuras.