Especialistas, como Ranil Dissanayake, do Centro para o Desenvolvimento Global, argumentam que a entrega antecipada de recursos permite que os beneficiários preparem suas casas, estoquem alimentos e se desloquem para áreas seguras, tornando o impacto do desastre muito menos devastador. Imagine, por exemplo, trabalhadores na Índia recebendo ajuda antes de uma onda de calor de 50°C, o que poderia evitar que fossem obrigados a trabalhar nessas condições extremas.
Essa abordagem preventiva, recomendada por especialistas como a economista Esther Duflo, já vem sendo implementada em projetos-piloto pela ONU em países como Etiópia, Somália e Bangladesh. Os resultados são promissores, mostrando que a entrega antecipada de dinheiro pode beneficiar significativamente as comunidades atingidas, garantindo o acesso a alimentos e proteção aos meios de subsistência.
No entanto, essa estratégia não está isenta de desafios. A precisão das previsões climáticas e a necessidade de investimentos em infraestrutura meteorológica são apontadas como questões fundamentais a serem consideradas. Além disso, é importante ressaltar que a entrega antecipada de recursos não deve substituir o financiamento de infraestruturas, transporte e outros mecanismos de proteção contra desastres naturais.
Diante da crescente intensidade e frequência dos eventos climáticos extremos causados pelo aquecimento global, é urgente que governos e organizações internacionais adotem medidas inovadoras e eficazes para proteger as populações mais vulneráveis. A transferência antecipada de dinheiro surge como uma alternativa viável e eficaz nesse cenário desafiador, proporcionando às comunidades uma rede de segurança contra os impactos cada vez mais devastadores das mudanças climáticas.