Juliane destaca que o trabalho doméstico também é trabalho, e muitas mulheres passaram a vida realizando essas funções, desde a infância até a velhice, sem ter acesso a educação ou liberdade. Com a evolução da sociedade, casos de exploração no trabalho do cuidado têm recebido mais atenção. Um exemplo marcante é o caso de Maria de Moura, resgatada aos 87 anos após passar 72 anos como doméstica em uma casa no Rio de Janeiro.
A história de Maria evidencia a exploração e a violência sofridas por muitas mulheres idosas nesse contexto. A sobrinha da idosa conta que ela foi trazida para o Rio aos 12 anos sob a promessa de ter uma vida igual à da filha dos patrões. No entanto, Maria foi obrigada a trabalhar como doméstica sem receber os mesmos direitos e benefícios. Após o resgate, a família de Maria lutou para garantir seus direitos e buscar justiça.
Juliane ressalta a importância de denunciar casos de exploração e violência no trabalho doméstico e busca obter ressarcimento para as vítimas. Em um caso anterior, também conduzido por ela, uma senhora de 67 anos foi resgatada de uma situação semelhante em Minas Gerais. A procuradora destaca a necessidade de conscientização e apoio às vítimas para combater essa realidade cruel e desumana.
Diante desses casos, a justiça tem buscado responsabilizar os agressores e garantir os direitos das vítimas. O Ministério Público Federal tornou mãe e filho réus por submeter Maria à condição de escravidão. A luta por justiça e reparação continua, mas a procuradora destaca que a indenização, por mais significativa que seja, não apaga o sofrimento de uma vida dedicada ao trabalho sem dignidade. É fundamental denunciar e combater essa forma de exploração para construir uma sociedade mais justa e igualitária.