Trabalhadores do Redenção na Rua denunciam abordagens violentas em programa municipal de São Paulo

No centro da controvérsia envolvendo o programa municipal Redenção na Rua, da prefeitura de São Paulo, trabalhadores do projeto denunciaram abordagens violentas e agressões por parte da equipe de trabalho externo do Serviço de Cuidados Prolongados (SCP), realizado pela Associação Filantrópica Nova Esperança (AFNE). Estes profissionais são responsáveis por atendimentos de saúde e assistência social a usuários de substâncias psicoativas na região conhecida como Cracolândia.

De acordo com uma carta aberta divulgada recentemente, a equipe do SCP tem atuado de forma violenta e coerciva, tentando internar usuários com métodos questionáveis. A denúncia ainda aponta que os usuários internados acabam retornando ao território da Cracolândia e retomando padrões nocivos de consumo de drogas. Além disso, a carta critica as demissões da gestora Andrea Cristina Guerra e de outros profissionais do programa, alegando que tais medidas refletem uma abordagem manicomial e internações compulsórias sem respaldo judicial.

Em resposta, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) afirmou que não há evidências de agressões físicas por parte da equipe de abordagem. Segundo a SMS, o SCP oferece acolhimento e tratamento integral para dependentes de álcool e drogas, visando a reinserção social dos pacientes. A pasta ressaltou que a internação compulsória só pode ser determinada por juízes de direito, não cabendo aos profissionais de saúde essa prerrogativa.

Diante dessas denúncias, fica evidente a necessidade de um debate mais amplo sobre as práticas de intervenção junto aos usuários de substâncias psicoativas. O respeito aos direitos humanos e a busca por soluções eficazes e respeitosas são fundamentais no enfrentamento do problema da dependência química. Espera-se que as autoridades responsáveis analisem de forma cuidadosa essas denúncias e adotem medidas que promovam uma abordagem mais empática e efetiva.

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