Além do reajuste salarial, os trabalhadores também reivindicam políticas de combate ao assédio moral e sexual dentro da empresa, a proteção de gestantes e lactantes terceirizadas em ambientes insalubres, bem como a concessão de créditos aos técnicos e assistentes em publicações científicas. Outro ponto de discordância é a resistência da Embrapa em conceder o Adicional de Escolaridade para Técnicos e Assistentes, um reconhecimento do esforço desses profissionais na qualificação acadêmica.
O presidente do Sinpaf, Marcus Vinícius Vidal, enfatizou que a paralisação nacional tem o objetivo de chamar a atenção da empresa e da sociedade para as injustiças enfrentadas pelos trabalhadores e garantir seus direitos. Vidal ressaltou a falta de diálogo por parte da Embrapa nas negociações e a tentativa da empresa de impor um acordo bianual sem considerar as demandas dos funcionários.
Em resposta, a Embrapa destacou que respeita a decisão do sindicato, mas ressaltou que a continuidade do diálogo foi negada pela Comissão de Negociação do Sinpaf, o que dificulta a negociação com o Governo Federal. A empresa afirmou que o atual Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) permanecerá em vigor até 31 de outubro, e que seguirá as normas internas em relação a salários e benefícios.
A paralisação dos trabalhadores da Embrapa foi marcada por ações como a distribuição de bananas e morangos como forma de protesto, roda de conversas e doação de sangue voluntária, e café da manhã nas unidades da empresa em todo o país. A Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária, desempenha um papel crucial no desenvolvimento agropecuário brasileiro, com 43 centros de pesquisa em todo o território nacional.