Datado do fim da década de 1960 e início de 1970, o ousado projeto urbanístico era da empresa Desenvolvimento Engenharia, de Múcio Athayde, que tinha a ambição de construir 76 torres cilíndricas residenciais interligadas com áreas de lazer e serviços. Contudo, dos 76 prédios planejados, apenas 3 foram erguidos, incluindo a torre H, cujas obras foram paralisadas em 1984.
Ao longo de quatro décadas, a torre H passou por abandono e deterioração, tornando-se alvo de brigas judiciais e, em 2004, foi ocupada por famílias de baixa renda que foram posteriormente expulsas. Contudo, nos últimos anos vive-se um novo capítulo para a construção, com a incorporadora Capital 1 adquirindo 85% dos apartamentos, parte em leilões da massa falida e parte em negociação com os compradores originais.
A empresa tem a pretensão de reocupar e modernizar o prédio, denominando-o como Niemeyer 360º Residences, e planeja entregar a obra em 2025. Os custos totais para reformar o edifício inacabado e inaugurá-lo giram em torno de R$ 150 milhões, com R$ 70 milhões já gastos, de acordo com o sócio da Capital 1, Antonio Carlos Osório.
A modernização da fachada da torre está sob responsabilidade de Paulo Sérgio Niemeyer, bisneto de Oscar Niemeyer, que expressou orgulho em participar do projeto e ressaltou a atualidade e inovação do design urbanístico do prédio.
Apesar de laudos apontando riscos à estrutura do edifício devido à falta de manutenção e corrosão, a incorporadora assegura que a torre está segura e será pronta até o final de 2023, trazendo não só habitação, mas também oportunidades de investimento através do aluguel por temporada.
A história de superação da torre H, que um dia foi abandonada, simboliza o potencial de renovação e transformação arquitetônica e urbanística, trazendo novas perspectivas para a paisagem da Barra da Tijuca e demonstrando a perseverança em trazer à vida um projeto que por tanto tempo permaneceu inacabado e negligenciado.