Líderes da comunidade, como Rejane Rodrigues, denunciam a falta de políticas públicas e a violência enfrentada diariamente. A certificação pela Fundação Palmares em 2013 foi apenas o primeiro passo, mas a titulação efetiva ainda não foi concretizada, deixando os quilombolas em uma situação vulnerável diante da especulação imobiliária na região.
O território ancestral do Quingoma remonta a 1569, com raízes culturais profundas ligadas à tradição bantu e à religiosidade afro-brasileira. Recentemente, o quilombo recebeu a certificação de território iorubá, concedida pelo rei de Ifé, na Nigéria, como forma de reconhecimento da sua importância histórica.
No entanto, a urbanização acelerada da região tem trazido desafios para a titulação do território, com novas construções avançando sobre áreas que ainda não estão contempladas nos processos de regularização. O Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública para proteger os quilombolas e impedir a comercialização de lotes em um novo loteamento residencial.
Além disso, problemas como a devastação ambiental, o desvio de água de nascentes e a falta de infraestrutura básica, como saúde e transporte público, também atingem a comunidade. Líderes quilombolas têm sido alvo de ameaças, demonstrando a gravidade da situação e a necessidade de proteção dessas populações.
A luta dos quilombolas do Quingoma não é apenas pela titulação do território, mas também pela preservação de sua cultura e modo de vida, que estão em constante ameaça diante do avanço do desenvolvimento urbano desordenado e da falta de políticas efetivas de proteção dos direitos dessas comunidades tradicionais. A sua sobrevivência depende do reconhecimento e respeito às suas raízes históricas e culturais.