Vídeos de antenas e rastros de motores de aviões passaram a circular com intensidade nas redes sociais, alimentando a narrativa de que as fortes chuvas e as inundações no Rio Grande do Sul têm origem em ações planejadas por instituições científicas e governos. O consenso científico estabelecido, que aponta as mudanças climáticas e o aquecimento global como principais causas da tragédia, foi totalmente ignorado por essas teorias conspiratórias.
O coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT), Carlos Nobre, explicou que as chuvas históricas no Rio Grande do Sul têm relação com um sistema de baixa pressão bloqueado por outro de alta pressão, gerando frentes frias estacionadas na região. Esse cenário é agravado pelo aquecimento global, que aumenta a quantidade de vapor d’água na atmosfera e intensifica eventos extremos, como as chuvas catastróficas observadas.
No entanto, apesar das explicações científicas e do amplo consenso sobre as causas climáticas da tragédia, teorias conspiratórias propagadas nas redes sociais ganharam força, negando as evidências e alicerçando-se em narrativas importadas, como a teoria dos “chemtrails”. Essas teorias conspiratórias tentam atribuir às ações humanas desastres naturais e ignoram os processos físicos e científicos que comprovam a relação entre as mudanças climáticas e os eventos extremos.
Diante desse cenário de desinformação e disseminação de teorias sem embasamento científico, a conscientização e o esclarecimento da população se tornam essenciais para combater a propagação de informações falsas e defender a importância dos pilares democráticos. A confiança nas instituições científicas e na imprensa é fundamental para garantir que a verdade prevaleça em meio a um contexto de desinformação e ataques às autoridades.