O recorde de calor foi registrado em 22 de julho, superando o recorde anterior estabelecido apenas um dia antes. Antes desta semana, o recorde de calor global era de 17,08°C, datado de 6 de julho de 2023. Essas medições foram feitas com base no conjunto de dados ERA5, do Serviço de Mudança Climática Copernicus da União Europeia, que remonta a 1940.
A sequência de recordes de temperatura preocupa especialistas, especialmente diante da atual trajetória de aquecimento do planeta. Em junho, o planeta registrou a temperatura média mais alta da série histórica, 16,66°C, cerca de 1,5°C acima da média do período pré-industrial. Este foi o 12º mês consecutivo com temperaturas iguais ou superiores a esse patamar.
A secretária-geral da OMM, Celeste Paulo, alertou para a gravidade da situação, ressaltando que os recordes de temperatura têm se tornado cada vez mais frequentes. O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um chamado global para combater a “epidemia de calor extremo”, enfatizando os impactos negativos do aquecimento no mundo.
Guterres destacou que bilhões de pessoas estão enfrentando ondas de calor mortais, com temperaturas superando os 50 graus Celsius em várias regiões. Ele ressaltou a necessidade urgente de limitar o aquecimento global a 1,5°C, mencionando a incompatibilidade da expansão dos combustíveis fósseis com esse objetivo.
Diante da gravidade da situação, o secretário-geral da ONU criticou a postura de países ricos, que continuam concedendo licenças para exploração de combustíveis fósseis. Ele fez um apelo para que o G20, atualmente presidido pelo Brasil, transfira os subsídios dos combustíveis fósseis para energias renováveis e apoie as comunidades vulneráveis diante das mudanças climáticas.
